segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O que esperar quando sempre continuamos esperando.

            Chegou fim de ano...

            Mundo inteiro na expectativa de um novo restart em suas vidas. Como se, num toque de mágica, tudo que era ruim ficasse bom. Essa sensação toda é movida pela esperança que temos de fazer tudo novo, de novo.
                      É a chance que temos de mudar o que se precisa, retirar as coisas velhas da mente e da vida, de tudo que nos atrapalha, enfraquece e não nos faz bem.
               É momento para renovar.

                      Então nessa, fazemos as famosas resoluções de ano novo... Faz parte desse ritual de renovação. Nem vou entrar na questão sobre o que cada um costuma dizer o que pretende fazer (emagrecer, parar disso e aquilo, viajar mais,etc). Não importa o que seja, sempre temos algo para rever em nossas vidas.
                Também sabemos que muuuuuuuuuuuitas vezes não cumprimos. Natural, coisas do ser humano. Eu também fiz os meus. Acho que vai dar pra cumpri-los ao seu tempo.
                    Lembro que, quando era criança, o meu objetivo era passar toda a madrugada acordada, ver o dia amanhecer, fazia apostas com primos e meus irmãos pra ver quem aguentava até o final. Rolava até ameaça de pintar o rosto com batom ou passar pasta de dente nos primeiros a dormir, mas que nada... Mal dava 1h da matina e todos já cambaleavam de sono.
                      Contudo, quando conseguíamos chegar até 3h ou 4h, a gente cantava vitória e comemorava. Era o ponto alto do Reveillon. Acompanhar uns fogos coloridos de longe. Isso bastava pra mim. Ah, claro e as comidas diferentes da época que animavam a gente também. E o Ano Novo era apenas isto e era bom demais.
                  Nem sempre as viradas do ano foram memoráveis, tiveram seus momentos mais em baixa. Normal, né. Eu sempre faço uma retrospectiva de como foi meu ano e faço um balanço disso, avaliando pontos positivos e negativos. O meu deste ano, eu diria assim: entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

                      De qualquer forma, fica o desejo de pensamentos e energia positiva para mais um ano em nossas vidas e que possamos pôr em prática as coisas boas que queremos realizar, tirando a lição da vivência do ano que passou. Então, galera, feliz 2015. 
                   
Obrigada pela companhia, os textos aqui não vão parar!!!


 


sábado, 20 de dezembro de 2014

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Cinema, pipoca e memória.

               Quem não gosta do cheirinho de pipoca?
            
            E o que o cheirinho de pipoca lhe faz lembrar?
            Bom, você, eu não sei, mas a mim é cinema. Não tem outra.
            Dá logo vontade de ver o que está em cartaz para correr pra frente da telona. E, olha que nem sou, de fato, fã de pipoca.


                
             É um cheirinho que me faz lembrar dos antigos cinemas "de rua" da minha cidade, como os cines 1,2 e 3, Nazaré, Olímpia e o Palácio (este não conheci, mas sei de sua importância). 
            É uma verdadeira pena que não existam mais. Eles fizeram parte da história de uma cidade e da vida de muitas pessoas. De grandes memórias, de exibições de grandes filmes.
           Ir ao cinema era um grande evento para mim, quando criança. Não era sempre e tão comum como para tantas crianças é, hoje em dia. Era motivo de piração e adrenalina ao saber que ia. Eu demorei um pouco para ir. Meu primeiro filme foi o "Rei Leão", no Olímpia. Lembro perfeitamente da sensação e da emoção de assisti-lo. Nunca irei esquecer.
             Ia muito com meus primos. Minha prima mais velha era quem nos levava. Quando cresci, comecei a fazer o mesmo, levar os primos mais novos. Depois sozinha. Dependendo do filme. Cinema sempre foi o melhor programa.
                Lembro do último filme que vi em cinemas assim. Foi " A Casa no lago", junto com minha prima Manu, no Cine Nazaré. Foi um adeus meigo. Lá assisti " Entrevista com o vampiro", "Batman Eternamente", "Titanic" , "Harry Potter e a Pedra Filosofal" e outros.

             Hoje existe uma grande loja de departamentos no seu lugar. Sem glamour e o sentimento que carrega um cinema. Como diz meu pai: "é o preço do progresso".
              Grandes emoções eu vivi com a sétima arte e ainda vivo.
              Hoje com as redes de cinemas com suas cadeiras super confortáveis, seus óculos 3D superestimados não tem o mesmo charme daquelas sessões que podíamos ver duas sessões seguidas porque perdera o início do filme. 
          Enfim, saudade daqueles bons tempos que ainda permanecem vivos quando relembramos estas queridas recordações regadas a muita pipoca.




sexta-feira, 7 de novembro de 2014

As canções que você deu pra mim.

              Tudo o que você gosta e muito do que você é, é influência de alguém e de um meio.
               É claro, isso é relativo. Eu agradeço muito a Deus pelas pessoas com quem convivi, cresci e os que também me educaram e os que assim também contribuíram de alguma forma.
               Ouvindo minhas músicas em casa, dia desses, fiquei tentando me lembrar como comecei a gostar delas. Logo veio à tona quando eu era criança, na casa da minha avó (nas reuniões de família que tinham), quando meu tio Argemiro colocava MPB ou um Rock. E aí, enquanto eu estava brincando, tinham altos sons de qualidade rolando ao fundo.

                 Até hoje esse meu tio é "dj" da família. Gosto dele é bem eclético: vai de Led Zeppelin a Amado Batista. E tem um acervo de babar. A gente sempre trocava uma ideia sobre música ao se encontrar, sinto falta de nossos papos roqueiros. Ele influenciou boa parte dos sobrinhos.
                Mas nem sempre foi amor à primeira "ouvida", gostar de certos sons - exceto pelo Bon Jovi, claro. Como foi o caso do The Killers que tantos meus primos ouviam - e ouvem ainda. Pouco ligava. Um dia vi na Tv um show ao vivo deles e fui pega. Outro exemplo era da minha querida Amy Winehouse. Os escândalos dela soavam mais que o trabalho dela e isso me irritava, mas hoje não fico sem ouvi-la jamais.
           Ouço tanto que até influenciei meu vizinho (de gosto musical duvidoso, cá entre nós) que passou a ouvir também. Achei muito engraçado isso.
                  Mas a música é terapia.
        Se estamos tristes, felizes, chateados, animados temos a playlist certa para esses momentos. Uma vez fiz uma só para dor de cotovelo, só para os fortes, viu. Não a recomendo...
           É legal ver como certas coisas fazem a diferença em nossas vidas, as simples, porém não menos importantes. 
          Eu não ligo se as pessoas dizem que só ouço músicas antigas, bandas velhas, artistas que nem tocam mais ou nem vivos são. São as músicas que embalam minha vida. Fazem sentido, me curam, me consolam, fazem um balé de sensações em mim.
              Não preciso estar na moda, só ser eu mesma.
              Quando escutamos uma certa canção, há toda uma história por trás. Ao ouvir Engenheiros, lembro do meu primo Israel na hora. Ou ouvir Roberto Carlos e vir à mente, meu pai. E do tio Zé pelo Creedence ou Raul Seixas. São essas doces contribuições que fazem você ir além do som.
             
         Tudo isso porque eu ouvia Tina Turner aqui em casa esta semana... Veio na memória o Tio Argemiro dizendo o quanto amava "essa negona", como ela a chama intimamente.
                
               Realmente, a música é simply the best.







quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Eu sou um pouco de vocês e vocês um pouco de mim.

                É dia do professor e tenho, orgulhosamente, 12 anos de magistério. Hoje não vou falar sobre os problemas que assolam o ofício de ordem financeira, social ou o verdadeiro descaso do governo. Deixo essa pras outra vez.
                Ao olhar para trás, vejo um bom percurso já caminhado. Tendo o privilégio de passar por mim, diferentes gerações. Já é tanta gente que a memória começa a mostrar leves panes em guardar rostos e nomes, mas as histórias não.
                Lembro que não dizia que não queria ser professora desde pequenininha, como muitos já sabem dizer com convicção do que querem ser “quando crescer”. Comecei a pensar no que queria no começo da adolescência. Tinha na escola que fiz meu Ensino Fundamental (o conhecido CEP) uma orientadora, a professora Nice, que fazia um trabalho dedicado mesmo com o pouco recurso que o Estado sempre ofereceu e isto me chamou a atenção positivamente. Quando chegou a hora de escolher o curso para a Universidade, tinha que ser na área de educação e a escolha foi a Pedagogia.
                Lembro-me bem da ansiedade que foi o meu 1º dia de aula, como professora. Curiosa em saber como seria minha vida a partir daquele momento.


                Hoje, continuo sim, encantada com a profissão (mesmo com os altos e baixos da mesma). Ver meus alunos construindo seu conhecimento por minha mediação, as relações de carinho que formamos ao longo do ano juntos e também de amizade pós – escola que cultivamos me traz uma alegria sem mensuras. Com muita felicidade digo que tenho amigos que foram meus alunos. Isso não tenho nem como descrever do quão precioso é na minha vida.
                Às vezes, fico triste em ver colegas falando mal da profissão, não se envolvendo com o trabalho pelos motivos que todos estão carecas de saber. Compreendo o lado deles em muitos aspectos. Contudo, este é o tipo de trabalho que você tem que ter a real noção desde o começo que não é fácil, pois a cobrança é intensa de todos os lados e o contexto não é brincadeira.
                Hoje, quando vejo meus antigos alunos entrando em Universidades, passando em Concursos, trabalhando, alcançando seus objetivos e construindo seu futuro sinto-me orgulhosa. Sentimento de dever cumprido, mesmo que só tenha participado disso de modo não-direto. E celebro em meu coração o sucesso deles. Ou mesmo depois destes anos os que encontro nas esquinas da vida e ainda me cumprimentam por “tia”, percebo que o carinho está lá.
                Já muito emocionada ao término deste post, vou finalizando com a frase do autor de “O pequeno Príncipe”, que exprime exatamente o que sinto sobre o meu trabalho:

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” 
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRy

                                
Como sempre digo a eles: eu sou um pouco de vocês e vocês um pouco de mim. E, mesmo depois que me for, ainda viverei na memória de muitos destes meus queridos companheiros.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

E a gente considerava pacas.

                       E lá se vai mais uma rede social. Primeiro foi o MSN. A bola da vez é o Orkut que se despediu no último dia 30, dando fim a uma era. Acho interessante ter vivido essas mudanças, você se sente mais que testemunha de uma fase por ter feito parte disso. Há quem não admita dizer que participava com medo do rótulo de ser "cafona" só pelo simples receio de falar que era usuário e sim, adorava horrores.




                       Todo mundo sabe que o "Livro de Rostos", como diz um amigo meu, tem culpa no cartório, mas não vamos culpá-lo exclusivamente. Antes do FB ajudar a afundar de vez a extinta rede social, o desinteresse pela tal já era fato. Em seus últimos meses de vida, só era acessado para jogos, basicamente. Minha prima o chamava de "depósito de fotos" devido seu desuso. O próprio Face já vem correndo o risco. Seu acesso já não é mais o mesmo.

                      O problema é que a rede não se atualizou, não acompanhou as mudanças. Numa realidade em que a informação é volátil,com a menor distração, o mundo como você conhecia já não existe mais e, se bobear,até você mesmo se torna obsoleto. Logo, o orkut não iria segurar seus usuários com mecanismos como BuddyPoke e recadinhos coloridos.




              Contudo, tinha como uma das suas maiores marcas registradas as famosas comunidades. Com cada uma interessante ou então louca.E tinha para tudo que se imaginasse - ou quase. Elas mostravam uma espécie de perfil da pessoa ,pois eram os gostos pessoais dela. Até eu tinha uma dedicada ao Bon Jovi (chamada Letras de música do Bon Jovi, com 115 membros).
                         Tinham os depoimentos também. Eu gostava de fazer os meus aos amigos mais chegados e recebi alguns também. 
                    Eu olhava minha conta bem esporadicamente e via seu abandono total. Soube que, atualmente, seu criador está num projeto de uma nova rede social. A verdade é que muito se viu e se fez lá. Reencontrei amigos, fiz outros novos, vi relacionamentos começarem e uns tantos também acabarem. Pessoas jurando amizade eterna e hoje em dia nem se falarem mais. O fato é que ficaram as lembranças - boas ou não. E muitos de nós teremos que falar, a partir de agora:"lembras da época do Orkut?".


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Bon Jovi e eu.

                Eu sei. Torcida do Flamengo vai dizer que estava demorando para falar nisso. Mas não importa, eu não poderia deixar de contar sobre a minha paixão pelo Bon Jovi. Quem me conhece sabe que seria quase impossível não falar nisto.
                Estes dias em especial tive a gostosa lembrança do melhor show que assisti em minha vida e de uma viagem maravilhosa ao Rio. Momento este dividido com minha mana carioca (como nos chamamos até hoje): Suzana Allen. Amiga querida que fiz graças à internet e o amor pela banda, em particular. Todas as redes sociais possíveis, estamos juntas.
                Quando penso que já sou fã há 20 anos não há sentimento algum de “se sentir velha”. Pelo o contrário. Sinto-me privilegiada de ter vivenciado coisas boas que hoje em dia não vejo nada comparado.
                Recordo de uma tarde ir, como de costume, ir à casa de minha avó e lá estava minha prima com o disco “Cross Road” e falando da banda. No que eu disse quando ouvi o nome que me soou beeeeeem diferente: “quem é esse tal de ‘Bom Jovem’,hein?”. Só ouvi uma gargalhada da minha pergunta, por motivos óbvios, né. Minha prima Michely sempre foi referência sobre filmes e música para mim. Lembro dela levar os primos mais novos ao cinema e isso fez toda a diferença para mim.

                Daí por diante, depois ouvir “Always”(com o Tico Torres e a inconfundível batida de bateria que inicia a canção) tocando adoidado nas rádios, novela e ver aquela caritcha do lindo e loiro Jon estampando capas de revistas top dos anos 90, como Carícia, Querida e Capricho, não foi difícil se apaixonar e querer casar-se com o líder da banda.

                Naquela época, era bem difícil encontrar material de algo que a gente curtia. O troca-troca na escola era a maneira mais comum de se conseguir algo. Não era como hoje que basta acessar a internet que você vê até o que não quer. Ter um cd, então... Valia ouro!!!! Só me sobrava gravar as fitas, pois era só isso que estava ao meu alcance. Assim, fui trilhando minha bonjovimania.
                A banda deu um tempo e voltou nos anos 2000. Minha prima tinha o cd que haviam lançado o  “Crush” que me emprestou e fiquei tanto tempo ouvindo que ela resolveu me dar. Com o melhor acesso à internet, tive maior ingresso a tudo que não soube e acompanhá-los de vez. Quando comecei a trabalhar, fui comprando um a um dos cds e dvds possíveis. Atualmente falo, com total orgulho, que tenho todos, de 1983 até hoje. Sem falar de uma tradicional pasta com pôsteres, letras de música e fotos de revista que não poderia faltar, é claro.
                Mas nada se compara aos 2 shows que fui em 2010 com a Suzy ao “ The Circle Tour”. Um sonho realizado. Tenho o áudio do show de Sampa que foi inesquecível. Lembro da gente viajando cedo para SP, pegando ônibus, metrô, carro e correr até chegar ao Morumbi, ver aquelas pessoas todas entrando no estádio, resgatando meu ingresso, entrar, aguardar o show até que... As luzes se apagaram e o palco começando a se iluminar. É meio cafona o que vou dizer, mas foi mágico!!! Como fiquei emocionada. Suzy e eu parecíamos duas crianças curtindo tudo. Gritamos, pulamos, cantamos, choramos, clicamos tudo que foi possível. Foi lindo mesmo. Até dormir na rodoviária até esperar o 1º ônibus partir pro Rio. Show no RJ foi massa também, deu para ficar mais perto um pouquinho do palco e aproveitar de maneira diferente a noite com as amigas.




                Aquele ano não havia sido o melhor da minha vida por motivos pessoais, mas aquele momento marcou muito e serviu para que sarasse certas coisas vividas. Vivi imensamente isso tudo, me permiti estar vendo, enfim, a minha banda favorita e completa. Sem falar na viagem, conhecer a Cidade Maravilhosa não teve preço.
                Bon Jovi trouxe para minha vida muito mais que suas canções marcantes que preencheram meus dias de adolescente e depois também. Se estava triste ouvia, se estava feliz também -  e bem alto. O melhor de tudo foram os amigos que fiz ou, como sempre digo, que o BJ me deu, especialmente: Suzana, Roberta, Luciano, Tatiany, Mirelly, Leticia, Carol, Marcia, Margareth. Entre outros com quem tenho um bom contato.

                So, it’s my life.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Dez anos de graduação

                      Lembrei-me, dia desses, que completei 10 anos de formada. E como o tempo voa...
                Ainda lembro do dia do resultado do Vestibular, dos familiares comemorando comigo e da emoção toda do momento. E de ingressar, de fato, na universidade. Do primeiro dia de aula, da semana do calouro, do nervosismo dos primeiros trabalhos para apresentar e do estranhamento que foi todo esse início.
                Recordo de olhar pros lados e não ter simplesmente ninguém conhecido no campus todo da UNAMA. Chegava a ser torturante ter que ficar na sua por tantos dias assim. Muitas colegas já tinham seus grupos, pois já se conheciam do Ensino Médio ou de outras formas. Tentava puxar conversa com algumas pessoas, mas a famosa ideia de que os melhores amigos se fazem nessa época era, para mim, algo bem longe de acontecer...
                Além do mais, eu era super tímida (ainda hoje sou, mas bem menos) o que não facilitava para quebrar gelo com as pessoas, ficava observando os colegas e não conseguia criar algum vínculo ou afinidade com alguém. Passei uns dias meio tristinha sobre isso, mas aguardei por dias melhores e fui focando nos estudos.
                A disciplina de Produção de texto dividiu a turma em duas e nesse momento deu para conhecer e aproximar melhor dos colegas. Quando conheci três pessoas, em especial na sala: a simpática Giselle, a afável Ruth e uma menina de jeito e nome singular: Blunilde ou, simplesmente, Blu.
                Ruth conheci me oferecendo um picolé assim na entrada do campus numa tarde acalorada. Giselle conheci trocando ideia ao longo das aulas... Mas a Blu... Tinha que ser diferente mesmo... Eis que nesse dia não houvera aula, tinha chovido também, todos nós descíamos a escada, já que a sala ficava no último andar do afastado bloco F, quando eu vi uma pessoa esbaforida que corria para não chegar mais atrasada ainda. Vi que todos passaram por ela, mas ninguém falara nada ela, acho que por não reconhecer que ela era colega nossa.
                Resolvi dizer que a turma estava dispensada ao que ela ficou com aquela cara de “égua, todo esse esforço para nada!”. Fomos conversando na saída e descobrimos que morávamos no mesmo bairro e bem perto uma da outra. Sem falar que descobrimos também que nossas famílias se conheciam há anos. Daí por diante estava selada uma adorável amizade que já tem 13 anos. Confirmando-se assim que grandes amizades se fazem, sim, na universidade.
                Como aqueles quatro anos passaram rápido. Eu vivia falando que não via a hora de me formar, contudo hoje sinto uma saudade danada dessa época que tão importante foi na minha vida em muitos aspectos. Principalmente porque me amadureceu para muitas coisas. Creio que não só a mim. Os trabalhos acadêmicos, cada seminário, as horas na biblioteca, as reuniões com os grupos para construções dos trabalhos. Alguns conflitos também, mas nada que matasse algum ser humano, creio eu, ao contrário.
                Saudades das tapioquinhas maravilhosas que D. Edi fazia e que a gente, geralmente, às sextas, se acabava. Entre outras happy hour que fazíamos.
                Nossa turma tinha cerca de sessenta alunos e terminou com metade disso. Os sobreviventes desse período.
                É incrível ver que já temos dez anos de formados. Muitos de nós só têm contato via rede social, porém é muito prazeroso olhar para trás e ver que estivemos na vida um do outro, jovens correndo atrás de uma conquista, uma formação. Mas que encontraram muito mais que isto ao longo destes quatro anos de curso de Pedagogia.






                Parabéns para nós!!!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Longe de casa há mais de uma semana.



                    Parece que foi ontem, mas estou completando um ano que moro em Salvador – BA.
                Que rápido pensariam muitos, mas para quem está do lado de cá, o tempo passa de um jeito diferente. Lembro da decisão de vir para cá, toda a organização, despedidas, viagem, chegada, momento de deslumbre com a nova cidade, confrontação de culturas, adaptação... E comparações. De tudo, com tudo, para tudo.
                Há um ano atrás, a vida do jeito que eu conhecia mudou completamente. Já morei fora da cidade e completamente sozinha. Foi uma experiência única e importante. Verdade. Mas era no mesmo estado. E, algumas horas de viagem depois, estava eu na companhia da minha família.
                Agora é diferente. Não tenho mais a solidão como companhia, graças a Deus. Meu contexto é outro. E a “lonjura” deixa um vazio maior em alguns dias mais que outros. Deixar a vida como você conhecia (e achava que era) para reiniciá-la numa terra nova não é a coisa mais simples de se fazer. É realmente desafiador. Você pensa até que conhecia bem seus limites, mas não. Balela. O novo te mostra que podes ir além.
                Saudade de casa e de tudo que pertencia ao seu mundo passa a ser uma companhia constante. Dizer que você valoriza melhor tudo que tinha é chover no molhado. Vai mais adiante do que pode supor a nossa vã filosofia. É interessante, pois quando você se afasta de seu núcleo, certos fatos mudam de perspectiva, de uma forma que você jamais esperaria e nem mudaria se não tivesse saído da sua zona de conforto.

                Daí se descobre a quem compete sua essência, suas raízes e origens. Porque fala mais alto e lá no fundo este seu real pertencimento. 

sábado, 30 de agosto de 2014

Vamos hoje de Quintana

RECORDO AINDA

Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

Mario Quintana


Em homenagem à minha madrinha que ama Quintana.

Dica de (boa) leitura


Vários contos, vários personagens, várias perspectivas, escolhas e decisões.
Além das histórias interessantemente alinhavadas, que lhe prendem na ótima narração, você para e pensa: bem que poderia ser de verdade.
Ficção da vida real, segundo definiu o Blog do Argonauta, Roda-Gigante leva o leitor para uma prazerosa
viagem nos sentimentos e situações apresentadas ao longo da obra.
Com muito orgulho e admiração que faço a divulgação da escritora e minha querida prima: Emanuele Oliveira. 
Posso eu, aqui dizer, que fui uma das primeiras a ler este seu trabalho. Nossa Manu ,que sempre escrevia suas histórias desde pequena nos caderninhos tipo brochura, agora realiza seu grande objetivo, lançando o seu tão esperado primeiro livro.

Apreciem esta obra tão caprichada!
Recomendo.

Agora, este livro, em formato e-book, está disponível nas lojas digitais! Boa leitura!
 Google Play: 
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Kobo: 
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domingo, 24 de agosto de 2014

Foi assim como ver o mar.


                          Hoje andando na praia, fiquei me lembrando se tinha alguma memória da primeira vez que vi o mar e... Nada. Acho que era muito pequena mesmo a ponto de não recordar.
As mais remotas memórias desses momentos são muito boas e sempre em família. Tirando a vez que meu irmão se perdeu, nos dando o maior trabalho e tensão para reencontrá-lo.
Quando se dizia lá em casa que iríamos para praia, era a maior alegria do mundo.
Praia de água salgada ou doce - como as de rio - tanto faz. Eu participava veemente disso.
Lembro bem da minha avó comigo, nas viagens que fiz com ela para Santarém, naquele calorão de rachar a cuca e evaporar as ideias. E a gente lá, se banhando nas praias de rio, num cais perto da casa da minha tia que morava lá. Naquela época dava mesmo para tomar banho, hoje em dia, parece que não...

Em Alter do Chão é que foram as melhores lembranças. Seja o rio cheio ou seco. A Pérola do Tapajós não me sai do pensamento.Como da vez que cortei meu pé não sei onde e caí no berreiro enorme por ver o sangue. Logo em seguida me aparecem uns turistas estrangeiros que colocaram um pouco do uísque caro que tomavam em cima para "desinfetar" o corte. Diz minha tia, logo me calei depois dessa. Acabei com os goles dos solícitos gringos.

Mas, há algo que faço até hoje nas praias (de água salgada) é catar as conchinhas. Já é automático andar ao longo dela e conferir o que as ondas trouxeram à beira. Sinceramente, é o melhor momento, para mim, quando assim me encontro lá. Chega a ser terapêutico. Coisas que a D. Lourdes me ensinou, pois assim fazíamos nas idas à Crispim ou Ajuruteua.
Quando a maré não era gentil e não dava muitas conchas, ela bem dizia: "tá pobre de búzios hoje". Ficava decepcionada. Fico também quando não as encontro, como gostaria. 
Quem foi meu aluno sabe que adoro dar de lembrança um punhado delas. Dizia que era para recordarem de mim. E não é que soube que alguns deles ainda as têm guardadas? Permitam-me me sentir boba nessa hora. As praias baianas estão agradando muito minha doce mania.
Em minha casa, tenho uma caixinha com algumas delas que já têm destino certo: as mãos daquela que me passou esse simples e lindo hábito de catar conchinhas e aproveitar as belezas do mar.
E quantas lembranças nos traz o mar....








segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Chuva de lembranças


De acordo com o calendário, estamos vivendo, aqui no NE, o inverno. É claro que as esperadas chuvas não são torrenciais, mas como lugar litorâneo que é Salvador, elas caem valendo.
O friozinho faz sua presença e basta cair um pouquinho mais a temperatura que todo mundo saca do seu guarda-roupa aquela blusa de manga, jaqueta e roupas afins para se proteger do ventinho gélido que bate. Seja de noite ou de dia...
Como boa paraense que sou, não vejo muita necessidade de tais aparatos. Acho até gostoso a temperatura mais baixa que, nesta terra baiana, é momento raro. Porém, é normal por aqui andar mais agasalhado, mesmo se for meio-dia.
Até aí, tudo bem.
A gente vai vendo, observando, pensando e repensando. Analisando... E, comparando - sim, porque é inevitável se você é um local e vai morar em outro.
Assim como, é inevitável não lembrar do rigoroso e característico inverno amazônico que, particularmente, gosto muito. 
E vamos ao famoso: quem nunca...
Catou uma manga caída depois daquele toró pai d'égua?
Falou: lá vem ela! Quando o temporal vem se aproximando?
Tomou aquele banho de chuva, dando pulinhos e gritinhos de alegria?
Passou aquela tarde inteira dormindo, deliberadamente?
Quis tomar um tacacá caprichado depois dela ter passado?
Pensou em pipoca, cobertor e filminho?
Nem se mexeu na cama com medo dos raios clareando o quarto?

Gosto muito do termo que minha prima usa: " ficou Mordor", fazendo alusão ao Senhor dos Anéis, quando ela fecha o tempo.

Enfim, tudo isso e tantas outras ações num dia chuva adoramos fazer.
Eu, de imediato, lembro do meu pai, feliz da vida, caindo na chuva e soltando um "uhuuuuuuuuuuu", ao entrar nela e ajeitar o quintal... De estar no antigo sítio da família (o nosso lendário Bacabal), e ver o tio Zé indo para debaixo dela, sem medo de ser feliz, com relâmpagos ou não. Ou de ir ao Ver- O - Peso, no comércio, fazer as famosas compras escolares no começo do ano com minha mãe ao lado e procurar acolhida nas lojas, esperando o aguaceiro passar.
Mas, o que eu realmente gostava, era andar pelo quintal na minha casa que tinha tantos "pés de planta", depois daquela chuvada bonita, ao fim da tarde.
Aquela terra molhada, plantas ensopadas, ar geladinho...
Lembro perfeitamente da sensação das caminhadas que eu sempre fazia, mesmo que tivesse ainda chuviscando de leve.

Voltando do trabalho, estes dias, chuva caindo e os pensamentos vão de encontro às boas lembranças que tenho na vida. E só espero um dia curtir os dias de chuva da janela da minha terra, Belém querida.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um insight maravilhoso.

Nossa, como eu demorei para criar o meu.
Justo eu. Que sempre amei escrever e nem atentei que poderia fazer um espaço para mim.
Meu marido tem um chamado Blog do Argonauta há algum tempo e minha prima escritora está produzindo um também, mas só agora me tocou a inspiração para produzir algo.

Dias atrás, senti profundamente a vontade de escrever sobre alguma coisa,porém que fosse a minha cara... Aí, me deu um insight: minhas memórias. Vivo contando histórias da minha vida aos meus alunos e percebi que já tenho tantas acumuladas que acho que chegou a hora de dividir com mais gente.

Minhas memórias são meu maior tesouro, então vou falar muitas delas daqui por diante.

Vai ser uma alegria muito grande contar a todos vocês!
Aguardem o que vem por aí.