sexta-feira, 4 de maio de 2018

Barquinhos na chuva

Dia desses, eu estava assistindo um remake de um famoso filme de terror com um palhaço em que, logo no início, aparecia um garotinho brincava com um barco de papel e o soltava na rua durante uma chuva e logo tive mais um flash de minha infância, quando assim brincava quando caía um toró. Eu esperava ansiosamente pra uma chuva daquelas e a gente se esbaldar nela e brincar com esses barcos.

Quando caía, a gente via se valia a pena se meter debaixo dela, se ia engrossar, se dava pra colocar "nossas embarcações". Se tivesse raio, estávamos fora, ninguém queria se arriscar.

Nem sei quem me ensinou a fazer os tais barquinhos com jornal, só sei que,  assim que aprendi, tinha que fazer pra todos. Às vezes, quando as nuvens se formavam, eu já começava a preparar a frota. Assim que deu,  ensinei meu irmão a fazer pra gente ganhar tempo e fazer o que desse. Jornal sempre tinha de sobra em casa, daí era mais fácil. Quando não tinha,  pegávamos de revistas velhas. "De caderno ou livro da escola,  nem pensar! ", dizia mamãe.

Muitas vezes a chuva não era forte, pois ao tempo que preparávamos tudo,  ela minguava e passava. Mas, quando ela vinha pra valer, era nossa hora.

Tínhamos um belo de um quintal (tem texto sobre ele aqui no blog) e a gente pegava a" correnteza" que a chuva fazia nele que levava nossas produções. Contudo a gente gostava mesmo era de ir pra frente de casa e levar do começo da rua até chegar num igarapezinho onde desaguava a chuvarada. Ficávamos orgulhosos quando não afundava. Quero ensinar aos novos integrantes da família esses divertimentos simples,  especialmente à minha.
Pois bem me recordo do momento de alegria quando, depois do almoço, a gente já sabia que a chuvada cairia, eu olhava pro meu irmão e ele já sabia: os barquinhos entrariam em cena.