quinta-feira, 25 de julho de 2019

Cafezinho das altas horas.

          Saudações, queridos e queridas! Depois de um loooongo tempo, consegui reaparecer e peço desculpas pelo sumiço. Agora que sou mamãe, meu tempo livre virou algo bem escasso, um sonho de consumo. Como minha filha está crescidinha, ficou menos complicado gerenciar esse momento que sempre amei ter. Se Deus quiser, vamos manter a frequência. Vida de mãe não é fácil, mas esse papo ficará para depois.
            E, para este retorno, resolvi falar sobre certos hábitos que adquirimos ao longo das mudanças que nossa vida passa. Eu, por exemplo, preciso fazer muitas tarefas domésticas pelo turno da noite, pois como minha filha está no soninho, fico livre para fazer o que preciso na casa.

              Dia desses, em meio aos afazeres na cozinha, já meio tarde, meu marido apareceu, dizendo que já estava passando da hora de ir se deitar. Porém, eu já estava terminando e só me faltava fazer um café... E foi aí que veio na lembrança, direto, a imagem de uma pessoa muito especial: minha avó.

            Ela sempre fazia exatamente deste jeito: gostava de arrumar a cozinha assim que todo mundo se recolhia, ajeitava tudo e terminava já deixando aquela garrafa de café engatilhada. Muitas vezes, eu aparecia onde ela estava e pedia pra ela ir dormir e fazer isso outro dia. Nunca consegui convencê-la. E depois lá estava aquela pia limpíssima, brilhando e o cheiro de café permeando o ambiente inteiro. Ficava indignada em ver que a vovó estava se "acabando". Como alguém poderia se prestar a fazer um serviço assim sem cara feia alguma, pensava eu, quando pequena.

                 O que eu não eu não entendia era que  acontecia justamente o contrário. Hoje eu sei. As coisas moravam no prazer das pequenas coisas. Aquela coisinha do dever cumprido e fazer o seu melhor seja em qualquer tarefa que fosse. Quando comecei a trabalhar, e, ela estava na minha casa, eu ficava corrigindo provas até tarde, me surpreendia com um copo de chocolate e dizia: "é pra ajudar nessas correções todas". Sempre fazendo um adendo.

                 Vovó seguiu fazendo isso até onde pôde. Hoje já com seus plenos 88 anos, não deixa a "cozinha como deveria ser". 

                   Hoje a antes indignada aqui entende muito bem esse sentimento e porque não essa quase mania da vovó com a cozinha e poder manter algo com zelo. Sinceramente, sinto-me feliz em ter sido influenciada em ter que fazer as coisas com capricho e carinho. Seja ela, o que for.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Meu rango legal

Mês de agosto.
Recomeço das aulas.
Momento de readaptações a todos: pais, alunos, professores...
Passando um dia desses em frente a uma escola, me veio uma memória bem peculiar, não de professora como geralmente tenho, mas de aluna mesmo. De um momento muito importante na vida de quem estuda: a hora do lanche.

Deus, como eu sofria. Sim. Pois lanchar não é como hoje que dá para pessoa ir na cantina/lanchonete da escola, traz de casa ou se a escola oferecer merenda escolar, melhor...
Era bem difícil cumprir tal tarefa porque essas condições mal existiam. Não sobrava dinheiro para comprar lanche diário, levar sempre de casa e a merenda escolar era utopia. É igual o meme diz, ter grana pra adquirir lanche era ostentação.


E a galera que adorava choramingar ou chantagear quem ia comer algo? Ah,era de praxe!!! Tinha quem oferecia por educação e também sofria com os mal educados que metiam a mão no rango dos outros, sem dó, nem piedade.
Eu ficava no meio termo: às vezes trazia algo de casa (não muito elaborado e você ainda era visto como bobo por isso), poucas vezes comprava e muitas outras, voltava pra casa de "saco vazio" mesmo. Por onde eu estudei, raramente ofertavam merenda, então os dias eram levados assim.

Porém, eu não me recordo de ficar mal e não estou fazendo mimimi sobre essa situação. Sim, havia um conformismo nessa vivência. Afinal, o acesso era bem difícil, de fato. Eu não podia exigir um padrão maior na família, mas nunca cheguei ao ponto de passar um aperto maior pela falta. Hoje sabemos da importância da alimentação na escola, contudo, na época era tudo tratado com menor relevância. Não estou romantizando a falta do que comer, apenas relatando como as coisas se davam naquela época.

Problematizações à parte, tinha algo que vendia na cantina do meu saudoso colégio "CEP" que eu fazia questão de juntar os borós pra poder comprar e saborear sozinha: monteiro lopes, biscoitinho paraense delicioso com metade achocolatado de massa leve que derretia na boca...Huuum. Nunca mais comi um igual ao que tinha lá... Ficou marcado no paladar. Quando finalmente podia comprar um, ainda passava uma leve vergonha, pois dizia: "me veja um Monteiro Lobato!" e a senhora que me atendia dizia que esse, só nos livros...


Até hoje quando vou comer um desses biscoitinhos, fico ansiando por reencontrar aquele sabor que ficou acentuado em mim, ainda não encontrei. Não perdi as esperanças.
Tive que aprender a fazer o quitute, mas nunca saiu tão delicioso quanto aquele que vendia na escola...
Um dia, hei de reencontrar-me com aquele gostinho dos tempos de escola. Meu rango legal.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Aquela lua de julho

Eu estava vendo a lua na noite passada. Cheia, linda e exuberante. Divando sozinha no céu, ofuscando as estrelas ao seu redor. E viajei na nostalgia. Recordei de mim aos 12 anos quando passava férias num interior e via essa lua bem mais bonita, sem luz urbana pra atrapalhar e poder ficar admirando tanto. 
Ela me causava uma sensação saudosa de algo que nem sabia o que era, mas fazia o coração bater forte. Demorei um tantinho só pra ver que era falta de ti, por quem eu era derretida e não queria admitir...

Naquela época, não tinha tanta tecnologia, no máximo os famosos orelhões, mas que nem funcionavam direito. Eu mal sabia de você, se iria te rever, o que seria desse sentimento, já brotado. Mas, de alguma forma boa, a lua me ajudava a me conectar em você. Era suave e introspectivo. 


Ninguém precisaria saber, o que se passava nos meus pensamentos. Só meu coração e a lua fazendo uma conexão toda particular e boba. Sensação que se arquivou no inconsciente, talvez, onde esse luar me remetia logo a ti. ❤

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Barquinhos na chuva

Dia desses, eu estava assistindo um remake de um famoso filme de terror com um palhaço em que, logo no início, aparecia um garotinho brincava com um barco de papel e o soltava na rua durante uma chuva e logo tive mais um flash de minha infância, quando assim brincava quando caía um toró. Eu esperava ansiosamente pra uma chuva daquelas e a gente se esbaldar nela e brincar com esses barcos.

Quando caía, a gente via se valia a pena se meter debaixo dela, se ia engrossar, se dava pra colocar "nossas embarcações". Se tivesse raio, estávamos fora, ninguém queria se arriscar.

Nem sei quem me ensinou a fazer os tais barquinhos com jornal, só sei que,  assim que aprendi, tinha que fazer pra todos. Às vezes, quando as nuvens se formavam, eu já começava a preparar a frota. Assim que deu,  ensinei meu irmão a fazer pra gente ganhar tempo e fazer o que desse. Jornal sempre tinha de sobra em casa, daí era mais fácil. Quando não tinha,  pegávamos de revistas velhas. "De caderno ou livro da escola,  nem pensar! ", dizia mamãe.

Muitas vezes a chuva não era forte, pois ao tempo que preparávamos tudo,  ela minguava e passava. Mas, quando ela vinha pra valer, era nossa hora.

Tínhamos um belo de um quintal (tem texto sobre ele aqui no blog) e a gente pegava a" correnteza" que a chuva fazia nele que levava nossas produções. Contudo a gente gostava mesmo era de ir pra frente de casa e levar do começo da rua até chegar num igarapezinho onde desaguava a chuvarada. Ficávamos orgulhosos quando não afundava. Quero ensinar aos novos integrantes da família esses divertimentos simples,  especialmente à minha.
Pois bem me recordo do momento de alegria quando, depois do almoço, a gente já sabia que a chuvada cairia, eu olhava pro meu irmão e ele já sabia: os barquinhos entrariam em cena.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Flores da memória

Pequenas coisas da vida moram nos detalhes, já sabemos ou ouvimos dizer... É engraçado como nossas recordações se aderem em detalhes como a imagem de algo. Imagens que podem nos teletransportar a qualquer momento de nossas vidas.

Dia desses, coloquei a foto da decoração de meu antigo quarto um papel de parede numa rede social e tive uma surpreendente reação. É que a casa de meu pai foi reformada quando tinha cerca de vinte anos de já construída. Adicionou cômodos, ampliou outros, sendo apenas uma parte preservada: aquela que fora destinada a meu quarto que, antes, era a sala de jantar. 

Eis que meu primo Israel comentou na foto e isso me deu a ideia de colocar aqui. aproveitei e fiz a minha lista e pedi ao meu irmão do meio para fazer a dele também. Abaixo, segue o que lembramos:



ISRAEL:

paz
alegria
brigadeiro
bolo
vatapá :)
Tudo junto
Quintal
Araçá
cupu
goiabeira
festa em família ...

ALEXANDRE:

Bons tempos de infância
Aniversários
'Primarada'
Sala de jantar
Comida boa da mamãe
40 Horas bucólica
Suíte da mana
Hadassa nenê
Quadro do nenê na flor
Construção da casa nova

EU:
Chuvas de janeiro
Tarefas escolares
Vista para o quintal
Almoço de domingo
Jogar dominó
Lanche com os primos 
"Cazuzadas"
Meu primeiro quarto solo
Estudos do Vestibular
Cupuzeiros







terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Amiga Pri


Olá, sumida!
Que saudades, viu...

Era tão bom quando tínhamos contato um do outro.
Éramos íntimos.
Sua presença sempre me fez bem e eu era feliz, sabia?
Sempre soube direitinho de sua importância em minha vida.

Sei que quase já não nos vemos ultimamente, mas não te esqueci... Nem dos tantos momentos que passamos juntos e sempre me trouxeste paz e apreciava muito isto também. Que vivências!!!

Dizem que só valorizamos quando perdemos, não é mesmo? Por isso, querida, volte!!!
Você só me faz bem.

sábado, 30 de setembro de 2017

Como nossos pais.

É incrível. A gente nem nota ou percebe. 
Mas estamos lá fazendo igual a eles. 
Tem quem lute para não ser ou fazer. 
Mas não adianta remar contra a maré. 
É o que você vai ser quando você crescer, já dizia a música. 

Você se torna exatamente  o que teve como base. 
Princípios, conselhos, direcionamentos,  exemplos. 
Alguns erros, é verdade. Mas com aquela conhecida e dita intenção de acertar. 

O querido e saudoso Içami Tiba falava:  não é o cromossomos que comanda,  mas sim o " comossomos". 
Às vezes, nem sempre é uma parte boa... Contudo,  está lá em nova roupagem a versão da influência. 




Agradeça aqueles que assim o fizeram por você, sendo referência, te trazendo alguma lição de alguma forma,  mesmo que seja do que não se deve repetir. Quando você se torna responsável pela vida de um ser,  queremos e devemos ser o melhor para ele, isso dá trabalho, porém é necessário e só será eficaz se assim for. 

Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...
Será? Mas que temos muito deles, do que ouvimos falar deles ou coisas afins, temos.