sábado, 30 de agosto de 2014

Vamos hoje de Quintana

RECORDO AINDA

Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

Mario Quintana


Em homenagem à minha madrinha que ama Quintana.

Dica de (boa) leitura


Vários contos, vários personagens, várias perspectivas, escolhas e decisões.
Além das histórias interessantemente alinhavadas, que lhe prendem na ótima narração, você para e pensa: bem que poderia ser de verdade.
Ficção da vida real, segundo definiu o Blog do Argonauta, Roda-Gigante leva o leitor para uma prazerosa
viagem nos sentimentos e situações apresentadas ao longo da obra.
Com muito orgulho e admiração que faço a divulgação da escritora e minha querida prima: Emanuele Oliveira. 
Posso eu, aqui dizer, que fui uma das primeiras a ler este seu trabalho. Nossa Manu ,que sempre escrevia suas histórias desde pequena nos caderninhos tipo brochura, agora realiza seu grande objetivo, lançando o seu tão esperado primeiro livro.

Apreciem esta obra tão caprichada!
Recomendo.

Agora, este livro, em formato e-book, está disponível nas lojas digitais! Boa leitura!
 Google Play: 
http://zip.net/bspq5T 
Kobo: 
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Amazon:
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domingo, 24 de agosto de 2014

Foi assim como ver o mar.


                          Hoje andando na praia, fiquei me lembrando se tinha alguma memória da primeira vez que vi o mar e... Nada. Acho que era muito pequena mesmo a ponto de não recordar.
As mais remotas memórias desses momentos são muito boas e sempre em família. Tirando a vez que meu irmão se perdeu, nos dando o maior trabalho e tensão para reencontrá-lo.
Quando se dizia lá em casa que iríamos para praia, era a maior alegria do mundo.
Praia de água salgada ou doce - como as de rio - tanto faz. Eu participava veemente disso.
Lembro bem da minha avó comigo, nas viagens que fiz com ela para Santarém, naquele calorão de rachar a cuca e evaporar as ideias. E a gente lá, se banhando nas praias de rio, num cais perto da casa da minha tia que morava lá. Naquela época dava mesmo para tomar banho, hoje em dia, parece que não...

Em Alter do Chão é que foram as melhores lembranças. Seja o rio cheio ou seco. A Pérola do Tapajós não me sai do pensamento.Como da vez que cortei meu pé não sei onde e caí no berreiro enorme por ver o sangue. Logo em seguida me aparecem uns turistas estrangeiros que colocaram um pouco do uísque caro que tomavam em cima para "desinfetar" o corte. Diz minha tia, logo me calei depois dessa. Acabei com os goles dos solícitos gringos.

Mas, há algo que faço até hoje nas praias (de água salgada) é catar as conchinhas. Já é automático andar ao longo dela e conferir o que as ondas trouxeram à beira. Sinceramente, é o melhor momento, para mim, quando assim me encontro lá. Chega a ser terapêutico. Coisas que a D. Lourdes me ensinou, pois assim fazíamos nas idas à Crispim ou Ajuruteua.
Quando a maré não era gentil e não dava muitas conchas, ela bem dizia: "tá pobre de búzios hoje". Ficava decepcionada. Fico também quando não as encontro, como gostaria. 
Quem foi meu aluno sabe que adoro dar de lembrança um punhado delas. Dizia que era para recordarem de mim. E não é que soube que alguns deles ainda as têm guardadas? Permitam-me me sentir boba nessa hora. As praias baianas estão agradando muito minha doce mania.
Em minha casa, tenho uma caixinha com algumas delas que já têm destino certo: as mãos daquela que me passou esse simples e lindo hábito de catar conchinhas e aproveitar as belezas do mar.
E quantas lembranças nos traz o mar....








segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Chuva de lembranças


De acordo com o calendário, estamos vivendo, aqui no NE, o inverno. É claro que as esperadas chuvas não são torrenciais, mas como lugar litorâneo que é Salvador, elas caem valendo.
O friozinho faz sua presença e basta cair um pouquinho mais a temperatura que todo mundo saca do seu guarda-roupa aquela blusa de manga, jaqueta e roupas afins para se proteger do ventinho gélido que bate. Seja de noite ou de dia...
Como boa paraense que sou, não vejo muita necessidade de tais aparatos. Acho até gostoso a temperatura mais baixa que, nesta terra baiana, é momento raro. Porém, é normal por aqui andar mais agasalhado, mesmo se for meio-dia.
Até aí, tudo bem.
A gente vai vendo, observando, pensando e repensando. Analisando... E, comparando - sim, porque é inevitável se você é um local e vai morar em outro.
Assim como, é inevitável não lembrar do rigoroso e característico inverno amazônico que, particularmente, gosto muito. 
E vamos ao famoso: quem nunca...
Catou uma manga caída depois daquele toró pai d'égua?
Falou: lá vem ela! Quando o temporal vem se aproximando?
Tomou aquele banho de chuva, dando pulinhos e gritinhos de alegria?
Passou aquela tarde inteira dormindo, deliberadamente?
Quis tomar um tacacá caprichado depois dela ter passado?
Pensou em pipoca, cobertor e filminho?
Nem se mexeu na cama com medo dos raios clareando o quarto?

Gosto muito do termo que minha prima usa: " ficou Mordor", fazendo alusão ao Senhor dos Anéis, quando ela fecha o tempo.

Enfim, tudo isso e tantas outras ações num dia chuva adoramos fazer.
Eu, de imediato, lembro do meu pai, feliz da vida, caindo na chuva e soltando um "uhuuuuuuuuuuu", ao entrar nela e ajeitar o quintal... De estar no antigo sítio da família (o nosso lendário Bacabal), e ver o tio Zé indo para debaixo dela, sem medo de ser feliz, com relâmpagos ou não. Ou de ir ao Ver- O - Peso, no comércio, fazer as famosas compras escolares no começo do ano com minha mãe ao lado e procurar acolhida nas lojas, esperando o aguaceiro passar.
Mas, o que eu realmente gostava, era andar pelo quintal na minha casa que tinha tantos "pés de planta", depois daquela chuvada bonita, ao fim da tarde.
Aquela terra molhada, plantas ensopadas, ar geladinho...
Lembro perfeitamente da sensação das caminhadas que eu sempre fazia, mesmo que tivesse ainda chuviscando de leve.

Voltando do trabalho, estes dias, chuva caindo e os pensamentos vão de encontro às boas lembranças que tenho na vida. E só espero um dia curtir os dias de chuva da janela da minha terra, Belém querida.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um insight maravilhoso.

Nossa, como eu demorei para criar o meu.
Justo eu. Que sempre amei escrever e nem atentei que poderia fazer um espaço para mim.
Meu marido tem um chamado Blog do Argonauta há algum tempo e minha prima escritora está produzindo um também, mas só agora me tocou a inspiração para produzir algo.

Dias atrás, senti profundamente a vontade de escrever sobre alguma coisa,porém que fosse a minha cara... Aí, me deu um insight: minhas memórias. Vivo contando histórias da minha vida aos meus alunos e percebi que já tenho tantas acumuladas que acho que chegou a hora de dividir com mais gente.

Minhas memórias são meu maior tesouro, então vou falar muitas delas daqui por diante.

Vai ser uma alegria muito grande contar a todos vocês!
Aguardem o que vem por aí.