É dia do professor e tenho,
orgulhosamente, 12 anos de magistério. Hoje não vou falar sobre os problemas
que assolam o ofício de ordem financeira, social ou o verdadeiro descaso do
governo. Deixo essa pras outra vez.
Ao
olhar para trás, vejo um bom percurso já caminhado. Tendo o privilégio de
passar por mim, diferentes gerações. Já é tanta gente que a memória começa a
mostrar leves panes em guardar rostos e nomes, mas as histórias não.
Lembro
que não dizia que não queria ser professora desde pequenininha, como muitos já
sabem dizer com convicção do que querem ser “quando crescer”. Comecei a pensar
no que queria no começo da adolescência. Tinha na escola que fiz meu Ensino Fundamental
(o conhecido CEP) uma orientadora, a professora Nice, que fazia um trabalho
dedicado mesmo com o pouco recurso que o Estado sempre ofereceu e isto me
chamou a atenção positivamente. Quando chegou a hora de escolher o curso para a
Universidade, tinha que ser na área de educação e a escolha foi a Pedagogia.
Lembro-me
bem da ansiedade que foi o meu 1º dia de aula, como professora. Curiosa em
saber como seria minha vida a partir daquele momento.
Hoje,
continuo sim, encantada com a profissão (mesmo com os altos e baixos da mesma).
Ver meus alunos construindo seu conhecimento por minha mediação, as relações de
carinho que formamos ao longo do ano juntos e também de amizade pós – escola que
cultivamos me traz uma alegria sem mensuras. Com muita felicidade digo que
tenho amigos que foram meus alunos. Isso não tenho nem como descrever do quão
precioso é na minha vida.
Às
vezes, fico triste em ver colegas falando mal da profissão, não se envolvendo
com o trabalho pelos motivos que todos estão carecas de saber. Compreendo o
lado deles em muitos aspectos. Contudo, este é o tipo de trabalho que você tem
que ter a real noção desde o começo que não é fácil, pois a cobrança é intensa
de todos os lados e o contexto não é brincadeira.
Hoje,
quando vejo meus antigos alunos entrando em Universidades, passando em
Concursos, trabalhando, alcançando seus objetivos e construindo seu futuro
sinto-me orgulhosa. Sentimento de dever cumprido, mesmo que só tenha participado
disso de modo não-direto. E celebro em meu coração o sucesso deles. Ou mesmo depois
destes anos os que encontro nas esquinas da vida e ainda me cumprimentam por “tia”,
percebo que o carinho está lá.
Já
muito emocionada ao término deste post, vou finalizando com a frase do autor de
“O pequeno Príncipe”, que exprime exatamente o que sinto sobre o meu trabalho:
“Aqueles que
passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam
um pouco de nós.”
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRy
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRy
Como sempre digo a eles: eu sou
um pouco de vocês e vocês um pouco de mim. E, mesmo depois que me for, ainda viverei na memória de muitos destes meus queridos companheiros.