segunda-feira, 21 de março de 2016

Tempos de escola

Este é um post que saiu um pouco atrasado, mas muito pertinente nestes tempos... Época de escola.
Bom, para mim, não é algo difícil de se falar, já que sou professora há tanto tempo, mas não é da minha prática que venho vos falar, exatamente. É que vendo tanta criança entrando, cada vez mais cedo, na escola, fiquei pensando sobre a real necessidade disso e me lembrei dos meus primeiros dias na escola.

Naquela época (ok, soa meio antigo, rsrs, mas já faz um relativo tempo mesmo), a vida era diferente e quando me reporto a este tempo, lembro que não havia toda essa correria, tudo era mais devagar.

Minhas primeiras lembranças são flashs  com imagens de crianças bem pequenas correndo e brincando e depois de estar usando massa de modelar e pintando desenhos grandes. Aí, lembro da minha primeira série, da professora Vera, de uma pasta linda e perfumada da Hello Kitty, de uma turma beeeem grande com meninos mais velhos que eu. 

Estava com 5 anos, já lia e escrevia bem, além de fazer continhas básicas. Lembro de muita gente ficar abismado com isso, mas eu nem dava muita bola para o porquê daquele espanto.
Mas a letra era péssima... Ah, ah, ah... Um garrancho que fazia meu pai arrancar os cabelos. Com o tempo, a caligrafia ficou boa, mas até um tempo desses, minha tia Aldima me perguntou se havia melhorado. Fama da letra desengonçada me perseguiu por muito tempo.

Eu ia com meus primos para o EEEF "Celina Del Tetto" pegar cedo o ônibus. mamãe muitas vezes nos deixava bem na porta e, quando voltávamos, eu a via nos esperando na parada e ia correndo pra abraçar. Muitas vezes, o motorista parava na porta também, pois já éramos conhecidos. Engraçado como era normal a gente fazer isso, hoje em dia, nem pensar com toda essa violência solta. A escola tinha um ar bem rural, grande, salas enormes e com muitas árvores e alunos simples. 

Depois terminei meu Fundamental I em outra escola, particular. Bem diferente do "Celina", não conseguia me sentir à vontade, lembro bem do meu desconforto, falava com alguns, mas não era muito de conversar, me chamavam de baixinha por ser sempre a menor da sala. Me sentia fora d'água. Sentia falta da antiga escola, mas o estudo de lá me deu a base que precisava.

Ao ingressar, no Fundamental II, fiquei mais isolada ainda, recordo de sempre observar mais que falar. Com o tempo, para mim, foi melhor assim, firmar amizades demorou um pouco, continuava a caçula da turma e os desafios dos conteúdos me apertando cada vez mais, mas lembro com carinho do CEP, onde outros primos meus e meu irmão também estudaram. Me sentia confortável e ninguém se chateava por eu ser "na minha". Recordo também dos jogos internos, das brincadeiras de sala de aula, do meu professor favorito (Samuel de Matemática que tive o prazer de rever já na faculdade fazendo seu Mestrado). Da orientadora escolar que me ajudou na minha escolha de profissão. De lá boas lembranças tenho, saudades dos colegas e da vivência divertida que tive.

Então, chegou o famigerado Ensino Médio. Fiz o então "vestibulinho", um processo seletivo que era a melhor maneira de um candidato estranho conseguir vaga. Consegui e comecei lá. Demorei mais tempo que na escola anterior para fazer novas amizades, por sentir falta dos antigos colegas. Após alguns meses, finalmente conseguira me enturmar com alguns o que já era o suficiente pra mim. Lá, eu fiz muitos colegas depois e alguns amigos que tenho até hoje. Mas as histórias do "Pedroso", eu deixo para um outro e específico post, pois merece um.

Essas experiências do começo das aulas, guardo como filmes favoritos que todo mundo tem, de tão importantes que foram em minha vida. Muitas coisas, resgatei para minha vida docente e que me marcaram muito. Lições pra vida toda, da época de estudante, já que da vida a gente é eterno aluno.