quinta-feira, 21 de abril de 2016

Novas estradas para meu carro velho.


A sensação é de andar no deserto. Murros em ponta de faca.
Aquela frustração de estar morrendo de sede e encontrar a garrafa seca, sem uma gota d'água.
Mas você continua lá, por quê? Não há mais nada a se aproveitar. Acabou. 
Você se sente esvaído. Não há mais motivos em gastar, sua mente e coração não estão mais lá.
É o fim.
É o fim? 
Mas todo fim é um começo. Um recomeço. 
Hora de procurar outras estradas.
Tudo na vida tem um preço. Há quem diga que não é bem assim. Estou começando a acreditar que é assim, sim. 

Muitas vezes, estamos vivenciando algo em que nos vemos no limite. É inevitável refletir ou pensar um pouco que seja se ainda é válido, se você precisa insistir nisso e em fazer sacrifícios de tolo por causas que são mais que perdidas.
Seja um relacionamento, um projeto, um trabalho.
Se não é para se sentir bem, é mecânico, automático, não é prazeroso e você não acredita mais,  por que estar lá, ainda?
É muito doído ver, num primeiro momento, que você se dedicou, doou e devotou seu tempo "para nada" no final. Porém, aos poucos, você entende que tal retirada de campo, sua escolha foi a melhor para sua vida. Mudar é preciso. Decisão acertada.
Tenha certeza que as peças desse intricado quebra-cabeça em que você se encontra, logo aparecerão e se encaixarão. Que o preço a se pagar, de se reencontrar e estar em paz consigo mesmo, é caro, mas que vale muito a pena.

Aí, você leva seu velho carro para correr em novas estradas, com paisagens novas para apreciar e lições novas para aprender. E dores do presente serão capítulos de belas aprendizagens do seu livro da vida, um passado não dolorido, mas de obstáculos ultrapassados. Olhar para trás não será ruim, terá a sua devida beleza.