Uma das minhas primeiras memórias escolares são relacionadas a aromas.
Um perfume adocicado forte sempre vai me lembrar "o primeiro dia de
aula", aquela sensação de nervoso em começar em um lugar novo. Essa
memória é de quando eu tinha 6 anos, durante a alfabetização. Eu tenho
lembranças bem nítidas desse período. Lembro da sensação de felicidade em
começar a aprender a ler. Primeiros os encontros vocálicos, depois as famílias
das consoantes. Lembro de como adorava brincar de massinha e rabiscar as
margens da folha do caderno.
A vontade de escrever começou logo quando eu tinha 10 anos. Eu criei uma
peça chamada "Duro de escolher" em que um príncipe conhece 3
camponesas e tem que decidir qual vai casar. Foi muito divertido ver meus
amigos de escola encenando algo que eu tinha escrito. Esse período da quarta
série definitivamente foi um dos meus favoritos. Adorava ler em voz alta os
textos dos livros que as professoras pediam e não conseguia entender porque
alguns colegas tinham tanta dificuldade.
Já o período da quinta à oitava série foi mais difícil. Mudança de
escola e sala quatro vezes maior. Convivência com garotas de 13 anos, que já
pensavam em garotos e tinham atitudes mesquinhas só pra impressionar. Eu até
conversava com algumas pessoas, mas passava mais tempo na biblioteca, onde
fiquei amiga da bibliotecária. Esse foi um período um tanto solitário, mas foi
importante, porque a partir dessa época comecei a escrever mais.
Mesmo com vários erros de ortografia, eu pegava os cadernos que não
usava mais e "detonava as canetas", como a minha mãe dizia. Além
disso, a amizade com Sônia, a bibliotecária, foi bem importante, afinal,
ela me emprestou dois livros de uma série chamada Harry Potter para ler. Uma
história bem bacana, sabe. Já ouviu falar?
Na sétima série, fiz boas amizades e foi mais uma vez muito prazeroso
ver meus amigos lendo o que eu tinha escrito na série anterior. O engraçado é
que, apenas há pouco tempo atrás, resolvi digitar essa história. Mas foi legal
ver algo que eu tinha escrito há tanto tempo atrás.
O Ensino Médio foi um período mais tranquilo. Fiz amigos logo no início.
Amigos que, por sinal, continuo mantendo a amizade até hoje. Eu tinha ido para
o colégio que eu tinha escolhido e conseguido passar na prova. O antigo Cefet,
agora Ifpa. Foi difícil lidar com matérias que eu não gostava nem um pouco,
como Física, mas também foi ótimo, pois o professor de História era rígido, mas
me ensinou muito.
A minha trajetória escolar contribuiu, com certeza, para eu me tornar a
pessoa que sou hoje. Todos temos lembranças boas e ruins dessa época, mas é
justamente essa mistura de altos e baixos que faz cada história ser
única.
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